quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz ano novo.



Feliz excesso na bebida,
Feliz abraço fingido no parente insuportável.
Feliz nova esperança, que já é amarela de tão antiga.
Boa sorte nas sete ondas,
Boa sorte na próxima vida.
Que é o próximo ano que ronda,
Como se fosse uma outra partida.
Mas no fim são sempre os mesmos dados,
A mesma sorte.
Que se divide quando os minutos mudam.
Boa sorte na hipocrisia,
de que um novo ano será um ano novo.
E feliz morte!
Do velho, ocre e fétido.
Que deixas ir em partida,
Enquanto o vento sopra e bate na porta,
A esperança que brota desinibida.
Falsa.
Porém, protegida.
Por estar presente em todos neste último dia.
Ah, os dias finais.
Sua data preferida.
Pois faz somente o que  lhe é capaz,
Estancar o sangue da ferida.

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