domingo, 8 de agosto de 2010

Estou longe.

Quero dizer, ainda estou aqui, em tese.
Meu corpo ainda permanece no mesmo lugar.
Continuo aqui não conseguindo dormir todos as noites nesta mesma cama do quarto da infância.
Continuo a subtrair virtudes parada no tempo de uma cidade sem ofertas.
Mas minha mente voa como um pássaro que foge pela primeira vez do ninho.
Faço meus planos, compartilho segredos, tenho medo, tenho vergonha, tenho vontade, tenho coragem.
É uma sensação de roubar um carro velho abandonado, ele já não tem mais dono, mas ainda é roubo, dá um misto de emoção e culpa.
Estou aqui, distante nas relações.
Com os amigos, sou fria, sou sorriso Monalisa, ninguém sabe o que dizem meus olhos.
Com os homens.... bom, estes só encontrarão em mim além de vazio, desprezo.
Não por nada, não que eu me ache importante, apenas pelo fato de que ficar sozinha é a terapia mais eficaz para mim nesse momento.
Tenho gostado de me encontrar absolutamente sozinha no meu quarto ouvindo música e conjecturando com meus botões.
Mas só a conjectura em nada me satisfaz. Quero as minhas ações, quero a  efetivação dessas minhas idéias!
Eu quero mais e mais da vida!
Mas enquanto isso, não há Rivotril que tire essa insônia,
não há temporal que faça essa vontade de voar passar.


Um comentário:

  1. só posso dizer uma coisa: ninguem prende aqueles que tem asas pra voar!!!
    vai viver teu mundo, minha linda...que vez ou outra eu adentro nele um pouquinho!!!
    te amo....

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