segunda-feira, 12 de abril de 2010

Contos de Rei Arthur.

Um dia, o jovem rei Arthur foi surpreendido pelo monarca do reino vizinho enquanto caçava em um bosque de sua propriedade. O Rei vizinho poderia tê-lo matado no ato, pois tal era o castigo para quem violasse as leis da propriedade, contudo se comoveu ante a juventude e a simpatia de Arthur e lhe ofereceu a liberdade, desde que no prazo de um ano trouxesse a resposta a uma pergunta difícil.
A pergunta era: O que realmente as mulheres querem? Semelhante pergunta deixaria perplexo até o homem mais sábio. Ao jovem Arthur pareceu impossível respondê-la. Todavia, aquilo era melhor do que a morte, de modo que regressou a seu reino e começou interrogar as pessoas. A princesa, a rainha, as prostitutas, os monges, os sábios, o palhaço da côrte, em suma, todos, e ninguém soube dar uma resposta convincente. Porém, todos o aconselharam a consultar a velha bruxa, porque somente ela saberia a resposta. O preço seria alto, já que a velha bruxa era famosa em todo o reino pelo exorbitante preço cobrado pelos seus serviços. Chegou o último dia do ano e Arthur não teve mais remédio, a não ser recorrer à feiticeira. Ela aceitou dar-lhe uma resposta satisfatória, com uma condição: ela queria casar-se com Gawain, o cavaleiro mais nobre da Mesa Redonda e o amigo mais íntimo do Rei Arthur! O jovem Arthur a olhou horrorizado: era feíssima, tinha um só dente, desprendia um fedor que causava náuseas até a um cachorro, fazia ruídos obscenos, nunca havia conhecido uma criatura tão repugnante! Se acovardou diante daperspectiva de pedir ao seu melhor amigo para assumir essa carga terrível. Não obstante, ao inteirar-se do pacto proposto, Gawain afirmou que não era um sacrifício excessivo em troca da vida de seu melhor amigo e a preservação da Mesa Redonda. Anunciadas as bodas, a velha bruxa, com sua sabedoria infernal, disse: "O que realmente as mulheres querem é serem soberanas de suas próprias vidas"! Todos souberam no mesmo instante que a feiticeira havia dito uma grande verdade e que o jovem Rei Arthur estaria salvo. Assim foi: ao ouvir a resposta, o monarca vizinho devolveu-lhe a liberdade. Porém, que bodas tristes foram aquelas! Toda a côrte assistiu e ninguém se sentiu mais desgarrado, entre o alivio e a angústia, que o próprio Arthur. Gawain se mostrou cortês, gentil e respeitoso. A velha bruxa usou de seus piores hábitos, comeu sem usar talheres, emitiu ruídos e um mau cheiro espantoso. Chegou a noite de núpcias, quando Gawain, já preparado para ir para a cama, aguardava sua esposa. Mas ela apareceu como a mais linda e charmosa mulher que um homem poderia imaginar! Gawain ficou estupefato e lhe perguntou o que havia acontecido. A jovem lhe respondeu com um sorriso doce: como havia sido cortês, com a metade do tempo ela se apresentaria com aspecto horrível e a outra metade com aspecto de uma linda donzela. Então ela lhe perguntou: Qual ele preferiria para o dia e qual para a noite? Que pergunta cruel! Gawain se apressou em fazer cálculos: poderia ter uma jovem adorável durante o dia para exibir a seus amigos e à noite na privacidade de seu quarto uma bruxa espantosa, ou quem sabe ter de dia uma bruxa e uma jovem linda nos momentos íntimos de sua vida conjugal. Vocês, o que teriam preferido? O que teriam escolhido? 


 
O nobre Gawain respondeu que a deixaria escolher por si mesma. Ao ouvir a resposta de Gawain, ela anunciou que seria uma linda jovem de dia e de noite, porque ele a havia respeitado e permitido ser dona de sua vida.
 

Moral da história: Não importa se a sua mulher é bonita ou feia, chata ou compreensiva.
No fundo, sempre é uma bruxa.


Ela se transformará de acordo com a forma que você a tratar.





(Desconheço o autor)

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