sexta-feira, 5 de março de 2010

Anjinho.

Quando ele queria, ia lá no guarda-roupas e tirava do cabide aquelas asas e aquela auréola... ele cuidava bem pra que ficassem bem branquinhos sempre, acho que colocava de molho no alvejante quando lavava.
Aí ele saía pela rua assim e ia conversar com seus amigos, com papai e mamãe, e como ele estava vestido daquele jeito, basicamente um santo, todos acreditavam nele, todos sentiam pena dele, todos eram a favor dele. Até auréola ele tem!!!
Já ela acordava todo dia igual; escabelada, desgrenhada e reclamando. Ia no guarda-roupa e pegava a primeira blusa que ela via, dava uma olhada por cima, via se estava mais ou menos limpa e saía. Quando ela queria conversar com seus amiguinhos ou com sua mamãe, ela falava a verdade. Não tinha medo de mostrar a sua roupinha doce e a sua fantasia assustadora, que ela usava uma ou outra vez, mas na maioria das vezes era um pouco das duas. Ela era meio errada, errava, andava torto e pedia desculpas, mas também queria receber.
Mas anjinho lá pede desculpas?
Anjo não é aquele ser que não precisa dar explicação e tem sempre razão?
Aí ela decidiu o seguinte, já que de qualquer jeito iam crucificá-la com palavras que foram soltas ao vento por ela usar um vestidinho bege meio sem graça ou uma roupa mais apimentada e a alma endiabrada,
que fosse por uma boa razão!
Quem vê anjo já foi pro céu.

Um comentário:

  1. pq srá que me identifiquei com essa "diabinha" aí...hehe
    Tu é demaisssssssssss.........

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