segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ora, veja só.
Te encontrei na rua depois daqueles nossos dias
Te vi me olhar, pairando em agonia.
Me despedi da conformidade e quis de novo sofrer por você.
Ora veja só,
De novo por ti me perdi. Meus sonhos, cadê?
Tua pele quase prateada e eu a te espiar de viés;
Como criança atrás da porta descobrindo segredos antigos de uma mulher.
Ora, veja só.
Meu samba e minha vida agora sem tua metade.
Minha pele a se apaixonar cada vez mais por essa saudade.
E em meu peito, essa dulcissima e doída dor.
Ora, veja só.
Eu a escrever teu nome em cada conto com louvor.
Eu a pisar no meu calo antigo, criando novas feridas.
Gostando do que sentia, por só assim estar contigo.
Ora, veja só.
Quantas vezes teus olhos me farão encontrar a luz?
E vou cavar em mim o que já não existe.
Por você serei cego carregando esta cruz.
Ora, veja só.
E se me pedires pra ficar, amor, digo não.
Ou todos esses meus ternos e duros dias de sofrimento,
Teria eu metricamente sofrido, e vivido, e aprendido, em vão.



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